MP-BA recomenda fechamento da Clínica Corpus em Vitória da Conquista por irregularidades sanitárias
10 de julho de 2025

O Ministério Público da Bahia (MP-BA) recomendou à prefeitura de Vitória da Conquista, no sudoeste do estado, o fechamento imediato da Clínica Corpus, apontando graves irregularidades sanitárias e um risco iminente à saúde pública. A recomendação foi publicada no Diário da Justiça Eletrônico nesta sexta-feira (4).
Irregularidades constatadas
De acordo com relatório da Vigilância Sanitária, os problemas detectados incluem:
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Falta de licença sanitária;
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Produtos vencidos ou sem rotulagem;
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Falta de higiene adequada;
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Equipamentos sem manutenção;
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Uso indevido de medicamentos injetáveis para fins estéticos;
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Ausência de profissional habilitado no local.
Diante disso, o MP-BA pediu que a prefeitura revogue o alvará de funcionamento da clínica (caso tenha sido emitido) e interrompa as atividades até que todas as exigências legais sejam cumpridas.
Além disso, o órgão recomendou que o município estabeleça um protocolo rigoroso para o licenciamento de clínicas estéticas, exigindo qualificação profissional, condições sanitárias adequadas e equipamentos em conformidade com normas técnicas.
A gestão municipal tem 20 dias para informar oficialmente se acatará a recomendação. Em nota ao g1, o subprocurador-geral do município, Lyncoln Martins, afirmou que a prefeitura vai atender à solicitação do MP, “resguardando o contraditório e ampla defesa a todos os envolvidos”.
Fisioterapeuta indiciado
A clínica já estava sob investigação desde abril, quando um fisioterapeuta foi indiciado pela Polícia Civil após ser denunciado por duas clientes. As vítimas relataram complicações graves após sessões de criolipólise — procedimento estético para redução de gordura.
Segundo a polícia, o profissional teria cometido os seguintes crimes:
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Lesão corporal grave e gravíssima;
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Exercício ilegal da medicina;
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Falsificação de produtos terapêuticos;
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Propaganda enganosa.
As pacientes também afirmaram que o fisioterapeuta receitava medicamentos que, por lei, só podem ser prescritos por médicos. A defesa do acusado nega as acusações.
Farmácia também é investigada
No mesmo inquérito, uma farmácia de manipulação foi apontada como suspeita de falsificação de produtos terapêuticos e propaganda enganosa. Em nota, a empresa negou qualquer irregularidade e afirmou que atua de forma ética e responsável, cumprindo as normas da ANVISA e dos conselhos de farmácia. A farmácia disse ainda que está colaborando com as autoridades e espera uma apuração criteriosa.
Os envolvidos vão responder às acusações em liberdade.