Jornalistas denunciam assédio na Uesb, e universidade é condenada pela Justiça
22 de julho de 2025

A Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb) foi condenada ao pagamento de R$ 30 mil por danos morais coletivos, após denúncias de assédio moral praticado contra jornalistas que atuavam no Sistema Uesb de Rádio e Televisão Educativas (Surte). A decisão foi proferida pela 4ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região (TRT-5) e confirma sentença já determinada em primeira instância.
De acordo com o Sindicato dos Jornalistas da Bahia (Sinjorba), pelo menos nove profissionais relataram episódios recorrentes de assédio moral dentro da instituição. Os casos envolvem intimidação, constrangimentos no ambiente de trabalho e até invasão de privacidade nas redes sociais. As denúncias chegaram ao conhecimento do sindicato em 2023, que levou o caso ao Ministério Público do Trabalho (MPT).
Uma das jornalistas relatou ter desenvolvido transtornos psicológicos graves, incluindo diagnóstico de transtorno de estresse pós-traumático, em decorrência das práticas abusivas.
“A universidade tem agora a chance de recuperar sua imagem e fazer diferente, construindo um protocolo que coíba a prática de assédio e proteja estudantes, funcionários e professores dos agressores”, afirmou Moacy Neves, presidente do Sinjorba.
Em 2023, o então diretor do Surte, Rubens de Jesus Sampaio, chegou a ser afastado do cargo por decisão da 1ª Vara do Trabalho de Vitória da Conquista, no curso da investigação. No entanto, a nova decisão da 4ª Turma do TRT-5 não encontrou elementos que confirmem sua responsabilidade direta pelos atos de assédio.
A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa da Uesb, que não se manifestou até o fechamento desta edição. O espaço segue aberto para eventual posicionamento da instituição.