Jovem tentou atendimento para bebê reborn na UPA de Guanambi
19 de maio de 2025

Na noite deste domingo, 18 de maio, uma situação inusitada chamou a atenção na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Guanambi, no sudoeste da Bahia. Uma jovem de 25 anos tentou buscar atendimento médico para um bebê reborn — boneca hiper-realista feita para parecer um recém-nascido — acreditando se tratar de uma criança real.
O episódio aconteceu por volta das 23h, quando a jovem chegou à unidade de saúde em um carro de aplicativo, carregando a boneca nos braços como se fosse um bebê. A movimentação incomum foi percebida por uma paciente que havia acabado de ser atendida e ainda estava na área externa da UPA. Ao se aproximar e levantar o pano que cobria o rosto da suposta criança, ela constatou que se tratava de uma boneca.
“Era muito realista, mas ao olhar de perto percebi que não era um bebê de verdade. Conheço a família dela, são pessoas dignas. Ela tem problemas de saúde e saiu de casa sem que os familiares soubessem”, contou a mulher, que preferiu não se identificar.
Segundo o motorista de aplicativo que conduziu a jovem até a unidade, durante o trajeto ela demonstrava aflição e pedia urgência no atendimento. “Ela dizia que o bebê estava com muita dor. Só fui entender a situação quando voltamos e encontramos os pais e o irmão dela aguardando na porta de casa”, relatou.
A família confirmou que a jovem enfrenta um quadro de depressão e adquiriu a boneca pela internet há cerca de um mês, por R$ 2.800. Desde então, ela tem dedicado cuidados intensos ao objeto e já está em acompanhamento psicológico.
A direção da UPA de Guanambi, que atende em média 200 pessoas por dia, informou por meio de nota que, embora a jovem não tenha sido atendida formalmente, o episódio foi registrado para fins de acompanhamento.
O caso repercutiu nas redes sociais e reacendeu o debate sobre a importância do cuidado com a saúde mental e do acolhimento a pessoas em situação de vulnerabilidade emocional.